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Gilmar (26 anos-pintor/pedreiro)

Essa menina esta triste, parece que aconteceu alguma coisa com ela, olha o olhar dela...


Criz Munis (artista plástica, professora, educadora)

Passagem, pergunta, incômodo, rápido, impessoal


Vera Maria (55 anos, educadora, diretora executiva, fazendeira)

memórias, sonhos, a criança que fomos pernanece

 

Rinaldo Arruda (65 anos- antropólogo e fotógrafo)

ah! é a taís, a associação é direto com ela, saudades da sobrinha.

 

Fabio Madeira (professor)

Deu-me a impressão de que a menina da foto tem olhar incerto, preocupado, de certa maneira, angustiante.


 

Rafael Soares (23 anos – fotógrafo)

Desconfiança. Estranheza. Sensação de que a mulher está desconfortável com a fotografia, mas ao mesmo tempo intrigada com o fato de estarem tirando sua foto. 

 

Eduardo Braga (professor e pesquisador)

Retrato presença que é uma ausência. 

 

Lucas Arruda (25 anos, psicologo)

Dizem que três é o número do édipo. Mas isso não é psicologia, certo? Como vocês mesmo disseram, é algum tipo de experimento para investigar nossa subjetividade. Mas para que que vocês precisam de um experimento para saber que essas fotos importam, não pela gente, não pela foto, mas pela profundidade do nosso olho quando vê a foto. Já sei, é um artifício pois no mundo da identidade virtual não há espaço para refletir. Mas do mesmo modo que essas fotos rapidamente são vistas por pouca profundidade, e a medida que olhamos, percebemos como gostamos dela, da mesma forma devem ver esses meus textos de mares de subjetividade, até que eles se tornem mais a ver com a obra do que comigo, e mais a ver comigo do que com a obra. Tudo ao mesmo tempo. Compliquei? Quero que vocês veem a relação de um para esse outro como fonte de pensamento e comunicação dentro das ciências e artifícios virtuais. E é exatamente isso o que acontece com as três fotos. Porque três. Que espaço elas estão tentando ocupar, que não conseguem com uma? É exatamente esse o olhar que a mulher da terceira foto lança, como que dizendo: Porque me fotografa entre três, essa experiência diluida e não profunda de três fotos. Talvez toda foto de perfil clame um toque artístico que busque profundidade. Essa mulher na 3a foto olha, re imprimi o olhar da monalisa que agora diz 'que lugar que você me coloca, como mulher?" Essa insistência se expande com o branco no preto. Como se para entender houvesse uma diminuição das cores. Esse olhar de interrogação dela, atrás dessa parede que parece de uma casa de banhos, mostra a concretude da pergunta, você vai me ver com cores, você irá me transcender a mulher?

 

 

 

 

Rafael Soares (23 anos – fotógrafo e estudante de economia)

Infância, memórias. O tratamento da foto me passa a sensação de algo antigo e o fato de estar desfocada sugere uma memória vaga, incerta, como geralmente temos sobre a maioria dos fatos da nossa infância.

 

Fabio Madeira (professor)

O desfoque da imagem criou a ideia de algo com falta de definição e parece que foi propositalmente feito para mostrar uma criança ainda sem capacidade de definir qualquer coisa na vida. 

 

Rinaldo Arruda (65 anos- antropólogo e fotógrafo)

imagem e sensação da infância, muito mais sentimentos e  

emoções do que alguma lembrança nítida.

 

Vera Maria Masagão Ribeiro (55 anos, educadora, diretora executiva, fazendeira)

solidão

 

Gilmar (26 anos-pintor/pedreiro)

Triste, desorientada

 

Eduardo Braga (professor e pesquisador)

Lembranças, memórias de um tempo que se foi, mas ainda esta. “O melhor o tempo esconde, / longe, muito longe, mas bem dentro aqui...” (Caetano Veloso). 

 

Criz Muniz (artista plástica/ educadora)

Infância, distante, sonho, lembrança, imprecisão

 

Lucas Arruda (25 anos, psicólogo)

A Ma, essa foto você está apelando para mim né? Porque a única coisa que consigo pensar é: Cotoché! cotocheca. Mesmo embaçada a experiência humana ainda me conta dessa bochecha, desse olhar para baixo. A cotoché, a minha musa, essa mulher, que me lembra a 2a mulher na minha vida. Mas vou me acalmando, e percebendo o chão pobre, de farrapos brancos. E lembro da afetividade pobre, embaçada. De novo a textura me pega, da roupa, e da parede dura atrás. E o macacãozinho dela, essa roupa adulta, que fica tão fofa em criança. É essa a mulher espontânea, esse é o olhar mais espontâneo da mulher infanta, ao chão. De novo quero pensar essa foto com um momento. Dados para mim pelo faccebook, as fotos querem se limitar ao tipo de foto: perfil de facebook. Mas elas não conseguem, acabam deslizando de vagar para baixo, para mostrar momentos próximos, em que a familiaridade sonha em ser poetica. O que a criança fita abaixo, permanece uma incógnita. Nada mais é que o convite indefinível.

 

 



 

Rafael Soares (23 anos - fotógrafo)

Jornada. Falhas. Não sei o porquê, mas a primeira ideia que passou pela minha cabeça foi a de um migrante que tentou uma vida melhor na cidade grande e, em vista da falta de sucesso, decide regressar para o lugar de onde veio. Tristeza, desilusão. Esperança. Pobreza.

 

Fabio Madeira (professor)

Olhar distante de quem está prestes a viajar para tomar um novo rumo na vida. A imagem ao fundo, de motocicletas, ajudou a dar a impressão de movimento, de partida. 

 

Rinaldo Arruda (65 anos- antropólogo e fotógrafo)

longa viagem, se desse pra ir de bike...

 

Vera (55 anos, educadora, professora, diretora executiva, fazendeira)

Atitute

 

Gilmar (26 anos-pintor/pedreiro)

Não tem destino, olhando um caminho e querendo seguir outro

 

Criz Muniz (artista plástica/ educadora)

Passagem, pergunta, incômodo, rápido, impessoal

 

Eduardo Braga (professor e pesquisador)

A estética pura é uma atividade contemplativa desinteressada. 

 

Lucas Arruda (25 anos/ psicólogo)

A textura da mala, e a cor do agasalho do homem anônimo, essa desolação áspera do que se carrega, e ao longe, claro e motos enfileiradas. O fato dessa foto estar não pendurada, não pessoalmente me entregada em mãos, apenas representam esse mando paradoxal do mundo virutal: envolva-se, não envolva-se. Com facebook atrás, com música no ambiente, o espaço de entrar em contato, é rápido, e efêmero. A despretenciosidade desse homem anônimo, porque de costas, que não se mostra, e do modo despretencioso que enxerga o ambiente, é o ambiente fundamental da pós modernidade: nada se tira muito, sente-se as texturas, as bagagens, as perspectivas, a claridade, e a pessoalidade, que fique para uma outra foto, em outro momento, deixe a intensidade em banho maria por alguns instantes, deixe o símbolo para depois, e preste atenção nesse momento espera. Olhe, começo a notar a névoa da manhã.




 

 

Sobre as Imagens de Pessoa

Lucas Arruda (25 anos, psicólogo)

 

Se o mundo fosse um grande conto, o que é, diria que a infância embaçada e subjetiva (o qual vocês almejam encontrar nessa pesquisa com roupagens de qualquer coisa científica) é a primeira foto, de um momento quase inalcançável e belo da pequena cotoché. Na 2a vemos o feminino em flor, com um ar de interrogação, de tirar qualquer sossego. E já sabemos, que os grandes saltos do homem tem a ver com uma mulher. Na terceira vemos esse homem que cresceu em um mundo branco e preto, como as fotos, em que a mulher infanta, a mulher adolecente são uma constante interrogação para ele. Por isso ele decide ser anônimo (de costas). E como essa foto do homem está em cima, percebemos que o masculino ainda é o primeiro plano dessa gestalt existêncial que vocês montaram. E é esse momento que mais me chama. Por ser sóbrio. Um mundo de dentro, pois sem cores. Por ser um momento sem nada de mulheres mais que é ecenssial se conscientizar. Por enquanto, são motos enfileiradas, claridades, e névoa da manhã...

Tema: Pessoa

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